O ano 2020 foi atípico, caracterizado pela gestão emocional, resiliência e capacidade de adaptação para todo mundo, onde agendas foram alteradas, eventos foram cancelados e compromissos adiados.
Para a Universidade Hip Hop não foi diferente, tivemos o início do ano kultural com uma conversa em torno da música de Microprofecia *Seitas e Heresias* que mereceu a análise de Tien Eduardo e Rosária Raimundo, inaugurando assim o novo formato do evento Conversas Com. No mês de Fevereiro tivemos como artista convidado Kamesu Voz Seca, que levou para apresentação e análise a música Verbo Lírico, é como analistas estiveram no Painel os professores Levi e Paulo Gamba.
A partir de Março foram canceladas todas as actividades projectadas para realização presencial incluindo o Festival Nacional de Hip Hop, projectada para albergar uma feira, seminários, Workshops, concursos e shows com participacao de artistas nacionais e internacionais.
Adaptando-se ao novo normal social, a Universidade Hip Hop passou a realizar os eventos no formato on line, começando com a Semana de Apreciação da Kultura Hip Hop (Toda terceira semana de Maio), com um ciclo de conversas com diferentes actores do Hip Hop em Angola e ainda a performance de Emcees, B-boys e Deejays nacionais e internacionais.
– Conversa com a mídia do Hip Hop em Angola;
– Conversa com Street Dancers e produtores de eventos de Dança;
– Conversa sobre Graffiti com Writers;
– Performance e diálogo sobre o Emceein em Angola.
– Performance de Deejays, diálogo sobre o Deejay de Hip Hop em Angola e Conversa entre Deejays nacionais e o Dj Erik Jay (campeão internacional de Deejayin).
– Diálogo sobre a visão Social dos Hiphoppas (Educação e Saúde).
Os eventos foram transmitidos em directo na página do Facebook e no canal do YouTube da Universidade Hip Hop, estando registados como material de consulta para pesquisadores do Hip Hop no mundo ou apenas pessoas interessadas em perceber a história e realidade do Hip Hop em Angola.
Aproveitando a condição social e o momento virtual que estava em alta, a Universidade Hip Hop co-produziu a convite do Bloco 4 Fundation (Brasil) e a organização Maning Barras Arretadas o Festival Decolonial Lusófono, transmitido nas páginas do Facebook das três organizações e contou com momentos de performances e rodas de conversas virtuais que tiveram a participação de artistas de Angola, Brasil e Moçambique.
No mês de Agosto, como tem sido costume ao longo dos 9 anos de existência da Universidade Hip Hop, celebramos o dia do Hip Hop marcado pelo aniversário da Back to School Party realizado em 1973 pelo Dj Kool Herc a pedido da sua irmã Cindy Campbell, realizando uma Jam de Deejays virtual em que participaram o Dj Nkkappa. Na sequência das celebrações do dia do Hip Hop, tivemos uma homenagem aos Filhos da Ala Este, um grupo de referência obrigatória para o Hip Hop em Angola, citados em muitos fóruns como pioneiros do Rap com intervenção política em Angola e que actualmente continuam firmes e a fazer acompanhamentos de novos Emcees. Tivemos ainda a revisão da Time-Line do Hip Hop em Angola com a participação de Buda Beka Lekalo, Wyma Nayobe, Dj Nkkappa, Mavy Man e Xitu Mukulukuta, onde foram analisados os pontos altos da história do Hip Hop em Angola entre 1986 à 1996.
Em Setembro, a Universidade Hip Hop a convite da Terceira Divisão realizou uma roda de Conversa virtual sobre a Influência do Hip Hop nas mudanças políticas em Angola, em que participaram o Cheick Hamed Hata, Isidro Fortunato, Milton Nkanzale e Klaudyu Bantu.
Tendo em atenção ao mês da Kultura Hip Hop (Novembro), a Universidade Hip Hop realizou em Noembro um ciclo de actividades que iniciou com uma roda de conversa sobre O HIP HOP ANGOLANO NAS ACADEMIAS e contou com a participação de Jaqueline Santos (Doutora em Antropologia Social pela UNICAMP, mestre em Ciências Sociais), Carlos Mossoró (Membro do Bloco 4 Fundation com teses produzidas sobre o Rap no Espaço Lusófono em países como Angola e Moçambique). Ainda em Novembro foi realizada a conversa em torno da música Jogada de Mestre do grupo Fat Soldier e contou com a participação como analistas de Isidro Fortunato, Isis Hembe e Harvey Madiba. Para encerrar as actividades do mês da História do Hip Hop, realizou-se uma conversa aberta em torno do Estado actual do Movimento HIP HOP em Angola Com a participação de Dom Samu, Phedilson Ananás e o Carilson Alberto.
Foi assim o ano de actividades da Universidade Hip Hop em período de pandemia mundial com o compromisso de divulgar os princípios e fundamentosda Kultura Hip Hop e ainda a promoção do desenvolvimento social.
#UniversidadeHipHop
Conhecimento é Poder!